terça-feira, 2 de junho de 2009
Violência na Música
Músicas cujo conteúdo seja violento e agressivo, aumentam a probabilidade de fazer as pessoas ter sentimentos e emoções do mesmo tipo. Os jovens tendem a seguir os seus ídolos, logo, se estes forem violentos, aqueles que ouvem a sua música e se identificam com eles, vão também ter comportamentos desviantes, apontando para um comportamento agressivo. Hoje em dia, é normal a grande parte das músicas de rap ou de heavy metal, fazer alusões a sexo, drogas e álcool.
Outros estudos revelam que por vezes a relação música-comportamento desviante não é assim tão linear. O estudo sugere que os jovens têm comportamentos desviantes como sexo, drogas e álcool, antes de ouvirem rap ou heavy metal. Também foram feitos estudos sobre o gangsta rap, cujos vídeos são quase ou até mesmo pornográficos, para ver em que sentido este influenciava o comportamento de um homem em relação a uma mulher, de uma forma sexualmente agressiva, e os resultados foram surpreendentes quando houve homens que até pensaram em violação ou abuso.
Os vídeo-clips do gangsta rap, ou contêm imagens de cariz sexual explícito, ou então quase como uma provocação à autoridade, com imagens de consumo de droga, armas, barras de prisão, rusgas, etc. Claro que uma criança ou um jovem que se identifique com este tipo de comportamentos, sem pensar nas suas repercussões, está bastante apto a também seguir o mesmo comportamento.
Obviamente a culpa não é da música, como diz Eminem “When a dude's gettin bullied and shoots up your school and they blame it on Marilyn - and the heroin, Where were the parents at?”. Não há provas concretas que a música tenha influência directa, em relação aos comportamentos desviantes dos adolescentes. Mas a verdade é que normalmente as pessoas que estão nos meios do gangsta rap e do metal, acabam por assumir comportamentos desviantes.
Outra componente da música Gangsta Rap, como o nome indica, é a exaltação do Gangster, que não só profere ameaças ao gang rival nas músicas mas fala abertamente à imprensa e em concertos, para grande entusiasmo dos fâs sobre as rixas entre os Gangs.
As rixas mais frequentes no Rap actualmente provêm da antiga rivalidade nos anos ’90 entre a Costa Este e Oeste Americano, na altura entre o “East Coast’s Bad Boy Records” e “West Coast Death Row Records”.
O Hip Hop, nascido em Nova York nos anos ’70 começou a ganhar terreno em Los Angeles apartir de 1992. As rivalidades entre o dois pólos pareciam só uma questão de orgulho de bairro, havendo só insultos nas actuações dos artistas, em eventos de prémios e muito divulgados pelos media. Com o agravar das rivalidades começaram a existir situações em que eram disparadas armas entre rappers famosos, até que a 7 de Setembro de 1996, o rapper Nova Iorquino Tupac Shakur foi baleado em Las Vegas, morrendo poucos dias depois. A 9 de Março do mesmo ano, o seu rival The Notorious B.I.G., um artista da “West Coast” foi assassinado na Califórnia. Ambos os assassinatos permanecem por resolver, levando ao surgimento de várias teorias ao longo dos anos, entre muitas a de que a morte de Tupac tenha sido encenada.
A partir daí as tensões entre as duas casas de rappers tem sido cada vez mais agravadas.
A questão que pensamos ser problemática no meio disto tudo, no entanto, é a influência cada vez maior que estas estrelas do mundo do rap têm em jovens, especialmente jovens de origens comuns como os que vivem no bairro, mas não só. É um perfeito exemplo da banalização do acto do crime. Os milhares de fãs de um rapper são capazes de seguir relaxadamente a letra de uma música do seu ídolo que descreva ameaças de assassinato, rapto etc. sem que tenha qualquer problema com isso. Isto, claro está, associado à pobre educação que os jovens dos bairros têm, contribui em grande escala para tais comportamentos. Eles reconhecem a raiva que sentem nas letras das músicas dos rappers, que contam muitas vezes a vida dura por que passaram e com a qual os jovens se identificam, como é o caso do mais famoso desta escola, "50 Cent", o rapper com mais sucesso até hoje, que fez inclusivé um filme que se tratava disso mesmo: as dificuldades que teve que ultrapassar ao longo da vida, como sugere o título "Get Rich Or Die Tryin' ". Como todos os jovens procuram alguém que os guie, alguém com quem se identificar, alguém que tenha os mesmos ideais que eles, acabam por descobrir no gangsta rap principalmente certas semelhanças que os fazem idolatrar e por vezes imitar os rebeldes "cantores".